TALIBÃ:
UMA ANALISE SOBRE AS MULHERES DE CABUL
Tanya
Mayara Kruger
Khanna (2008, p. 161) descreve o Afeganistão da seguinte
forma: “[...] a própria existência do país se deve a equívocos estratégicos e
anomalias coloniais”. Em 1979, o Afeganistão foi invadido pela União Soviética
(URSS), e logo após a invasão, um governo aliado à URSS assumiu o país. Através
desse episódio, a jihad, guerra santa em árabe, ganhou proporções cada vez
maiores.
Os afegãos que optaram por pegar em armas contra a URSS
ganharam a denominação de Mujahidin, ou guerreiros de uma guerra santa (SCHWADE,2014).
De acordo com Marsden (2002), o conceito de mujahidin engloba tanto os
guerreiros afegãos que lutaram contra os soviéticos, como também pessoas que se
mudaram para o Paquistão e Irã. Os mujahideen, foram estudantes nas madrassas,
escolas de educação islâmica. Os rebeldes usavam grande parte do seu tempo para
se envolver na guerra contra os soviéticos e no resto do tempo estudavam os
ensinamentos islâmicos (SILVA, 2014). Segundo Ana Flavia Nunes da Silva (2014,
p. 31):
Essa experiência nas madrassas permitiu que os mujahideen
formassem fortes laços religiosos, políticos e sociais de uma forma que lhes
proporcionou força física e psicológica que lhes permitia combater os
soviéticos, que eles acreditavam ser membros ateus de uma sociedade que procurava
destruir o Islã. Os professores das madrassas, tanto dentro como fora da sala
de aula, ensinavam os alunos que a sua jihad física contra os soviéticos era
semelhante à jihad física que Maomé, no sétimo século muçulmano, teve de travar
dentro e perto de Medina, quando tentava proteger o Islã da destruição.
(ARMAJANI, 2011)
Os mujahideen possuíam diversos grupos etnicos, e não
compunham um movimento uniforme. Entretanto, havia um interesse em comum que se
sobressai: a guerra contra a tentativa de dominação soviética. Os mujahideen se
utilizavam de uma de resistência baseada na ideologia Islâmica adotada e nas
etnias de seus líderes (SILVA,2014)
Ana Flavia Nunes da Silva (2014) afirma que entre os anos
1980 a 1985, o conflito entre a URSS e os mujahideen se caracterizou pela condução de operações de
combate em grande escala. Com isso, os mujahdieen sofreram significativas
baixas, fazendo com que estes desloquem suas operações para regiões
montanhosas, onde se torna difícil a utilização de equipamentos modernos por
parte dos soviéticos, e para além disso, os mujahideen se misturaram com a
população local para garantir a sustentabilidade de suas operações. Silva destaca que a parte mais importante
entre esse período foi (2014, p. 30): “Nessa fase o fator mais importante da
guerra 31 é o crescimento absurdo dos mujahideen que no início de 1981 somavam
cerca de 45.000 e passam a cerca 185.000 em 1985”.
Vale frisar que os Estados Unidos auxiliaram os
mujahideen a partir de 1979, de forma
clandestina, e no ano de 1986 os americanos passam a auxiliar os rebeldes
abertamente, utilizando-se de diversos partidos políticos instalados no
Afeganistão. Com isso, houve um grande aumento do investimento bélico por parte
dos americanos aos mujahideen, que
culminou em abril de 1988, os acordos de Genebra (SILVA, 2014). Através desse
acordo, as tropas soviéticas existentes no Afeganistão são retiradas. De acordo
com Tiago Ismael Schwade (2014, p.30):
“O acordo de Genebra não previa o futuro político do país, o
que parecia uma mensagem de que o governo pró-soviético de Muhammad Najibullah
continuaria no poder. Houve uma movimentação por parte dos mujahidin e todos
esperavam um golpe assim que as tropas soviéticas se retirassem. Apesar da
especulação e da efetiva tentativa de golpe, o governo se manteve. Os mujahidin
tentaram então “legitimar-se estabelecendo uma capital alternativa dentro do
Afeganistão” (MARSDEN, 2002, p. 57). O país viveu entre 1989 e 1992 uma
situação na qual o governo controlava as maiores cidades e zonas urbanas, e os
Mujahidin governavam nas zonas rurais, de onde atacavam a capital”.
No ano de 1987, as forças soviéticas deixam de lutar
ofensivamente no Afeganistão, combatendo apenas os mujahideen. Em 1988,
Najibullah, então presidente do Afeganistão, consegue alcançar algumas alianças
internas, mas os grupos de oposição continuaram querendo a jihad até que não
restasse nenhum soldado soviético no país (SILVA,2014). Desta maneira, durante
o governo de Najibullah, os mujahidin
fragmentaram-se em diversos grupos, no qual cada grupo esperava a queda do governo como oportunidade para
tomar o poder para si, minando a unidade do movimento. (SCHWADE, 2014)
Assim, em 07 de abril de 1988, a União Soviética decide
remover completamente sua força militar do Afeganistão, mas continuam a apoiar
um regime comunista liderado pelo presidente Najibullah. Mesmo depois da
expulsão dos soviéticos, os Estados Unidos continuam a enviar armas e dinheiro
para os mujahideen, para auxiliar na derrubada do governo comunista que estava instaurado
(SILVA, 2014).
Finalmente, em 1992, o governo de Najibullah cai. Com saída
da URSS, os mujahideen, que anteriormente eram unidos por uma causa comum,
agora passam a ter suas diferenças étnicas e com isso, passam a lutar entre si
por um lugar no governo. É neste período
que os talibãs surgem e acabam por se sobressair e conseguindo a maior parte
dos territórios do Afeganistão (SILVA, 2014).
Cabul, a capital do Afeganistão, a principio, foi tomada
pelos mujahideen de forma calma. Todavia, os mujahideen iniciam uma guerra
civil dentro da cidade, promovida entre os diversos grupos étnicos que haviam
entrado em conflito pela tomada de poder. Essa situação continuou até 1996,
quando a cidade será tomada pelos talibã (SCHWADE, 2014). Silva afirma que os talibãs (2014,p. 34):
“Por ser um grupo que abriga apenas um grupo étnico
(pashtun), e por possuir forte influência do extremismo religioso, a ascensão
deste regime continuou a trazer consequências negativas para o Afeganistão,
através da imposição de um rígido sistema de regras baseadas nos escritos
islâmicos, que acabava por propagar a discriminação das minorias existentes no
país”.
A ascensão do Talibã se da por diversos motivos, sendo um
dos principais as condições socioeconômicas agravadas pela guerra civil
existentes no Afeganistão. De acordo com o Silva (2014, p.38): “Isso ocorreu
porque a insatisfação da população em todo o Afeganistão e nos campos de
refugiados no Paquistão, fez com que estes homens se tornassem recrutas fáceis
para as madrassas, as escolas de educação islâmica nas quais o Talibã surge”.
O Talibã, era um movimento motivado pelo Islã que desejava
unificar e purificar o Afeganistão. Grande parte dos membros do Talibã eram
muçulmanos sunitas, pashtuns, afegãos e paquistaneses que haviam lutado como
mujahideen contra os soviéticos (SILVA, 2014). Ana Flavia Silva afirma elucida
sobre os lideres do Talibã (2014, p.42):
“[...] pertencentes à etnia Kandahari pashtun, e muitos são
Durranis. A maioria dos membros do Talibã eram muçulmanos sunitas pashtuns
afegãos e paquistaneses que haviam lutado como mujahideen contra os soviéticos
e ficaram profundamente frustrados com o caráter multifacetado das várias
facções mujahideen e do comportamento criminoso de suas lideranças mujahideen.
Estes membros do Talibã, além de aprender sobre o Islã a partir das madrassas
nas áreas pashtun, tinham 42 aprendido suas habilidades de batalha com os
mujahideen, muitos dos quais haviam sido treinados pela CIA”. (ARMAJANI, 2011)
(GOODSON, 2001).
Segundo Silva (2014), a religião islâmica se torna a base da
organização política e que fornece as regras de controle do país. Desta forma,
de acordo com a autora, o Talibã consegue ganhar legitimidade dentro do
Afeganistão através do uso da religião para justificar as atitudes tomadas no
país, e assim, mesmo que de forma não reconhecida internacionalmente, possuindo
o monopólio legítimo da violência em grande parte do território nacional.
Depois de quase 18 meses de tentativas, como já dito
anteriormente, em 1996 o Talibã conseguiu conquistar Cabul, enforcando o
ex-presidente, Muhammad Najibullah, que governou o país de 1986 até 1992. Após
a tomada da capital do Afeganistão, o grupo impôs os mesmos códigos de leis
islâmicas que haviam sido impostos sobre os outros territórios que já haviam sido conquistado (SILVA, 2014). Com
a inserção desses códigos religiosos em Cabul, as mulheres serão uma das
principais vitimas do governo regido pelo Talibã.
Foto: Mulheres de Cabul antes do Talibã. Fonte: LOGAN (2006)
De acordo com Simone de Beauvoir (1999, p.29): “Basta uma
crise política, econômica e religiosa para que os direitos das mulheres sejam
questionados.” Ao assumir o governo de Cabul, o Talibã impôs severas leis a
dois terço do Afeganistão, no qual, algumas dessas leis eram direcionadas
especificamente para as mulheres. Assim, as mulheres ficaram proibidas de: irem
escola, trabalhar, sair de casa sozinha, mostrar a pele em público, dentre
outros (LOGAN,2006).
Como a pele das mulheres não podia ser exposta em espaços
públicos, foi introduzido o uso de burkas. Posteriormente, as mulheres foram
proibidas de se maquiar e usaram sapatos brancos, pois está cor era a bandeira
do Afeganistão. Sapatos que emitissem qualquer tipo de ruído ou chamassem
atenção também foram proibidos (LOGAN, 2002).
Segundo “Amnesty
International UK” antes da tomada de poder por parte dos soviéticos, as
mulheres do Afeganistão tinham uma progressão estável com relação aos seus
diretos. Em 1919, as mulheres afegãs já tinham direto ao voto, e na década de 1960
uma nova constituição trouxe outras garantias de direitos para muitas áreas da
vida, incluindo a participação politica.
Todavia, durante os golpes e a ocupação soviética na década
de 1970 por meio de conflitos entre grupos de mujahideen e forças do governo, e
depois sob o regime talibã, as mulheres no Afeganistão tiveram seus direitos
cada vez mais revertidos.
As mulheres que
desobedecem as leis imposta, as punições eram severas. Uma mulher poderia ser
açoitada ao mostrar uma polegada ou duas de pele por baixo da burca de corpo
inteiro, espancada por tentar estudar, apedrejada até a morte se fosse
considerada culpada de adultério (LOGAN, 2006).
Apesar de rígidas leis, e da perca total de direitos e
autonomia, muitas afegãs, sutilmente, realizavam atos contra o Talibã. O uso de produtos cosméticos era
proibido, mas muitas mulheres insistiam em se maquiar, mesmo que fosse só para
ficar em casa, pois isso representava para elas uma forma de subversão contra o
regime da época (LOGAN, 2006).
Karriet Logan (2014) afirma que como as afegãs também não
podiam trabalhar, muitas passaram a lecionar secretamente dentro de suas
residências para seus filhos, filhas, vizinhos e pessoas de regiões próximas.
Algumas meninas chegaram a corta os cabelos para se fazer passar por meninos
para poder frequentar as escolas e estudar, como foi o famoso caso de Shabana Basji-Rasikh.
O suicídio, que é algo expressamente proibido no mundo
islâmico, também foi um meio utilizado pelas mulheres como forma de resistência
e de demonstrar que mesmo perdendo todos os direitos civis, políticos e sócias,
elas ainda tinham detinham o controle de suas vidas (LOGAN, 2006).
No ano de 2001, após o atentado de 11 de setembro, os
Estados Unidos e aliados interviram militarmente contra o Afeganistão. O
Talibã, depois de cinco anos no poder foi expulso de Cabul. Foram construídas bases militares perto de
grandes cidades em todo o país. Apesar da expulsão do Talibã, seus membros não
foram capturados, fugindo para regiões rurais ou para países vizinhos,
principalmente o Paquistão.
Nos anos seguintes à
intervenção militar, muitas escolas reabriram suas portas para as meninas e as
mulheres voltarem a trabalhar. Os mercados possuíam câmeras, televisões, fitas
cassetes e pôesteres e o céu já estava decorado por pipas, itens que antes eram
proibidos (LOGAN, 2006). Na capital, Cabul, Harriet Logan afirma (2002,
p.14):“Na Escola Primaria de Zargoona, centenas de milhares se cadastravam para
lecionar legalmente, pela primeira vez em cincos anos”.
Em março de 2002, em Cabul, uma garota
afegã aprende o alfabeto dari durante uma aula em uma sala de aula ao ar
livre. Meninas que o Taleban baniu da educação frequentavam as aulas pela
primeira vez em seis anos. Fotografia:
Natalie Behring-Chisholm.
De acordo com “Amnesty International UK” neste período, começou a
ocorrer um progresso em direção à
igualdade: uma nova constituição em 2003 consagrou os direitos das mulheres, e
em 2009 o Afeganistão adotou a lei de Eliminação da Violência Contra a
Mulher. Apesar desses avanços as
mulheres ainda usam a burka, segundo Harriet Logan (2006, p. 12.):
“Acho que no Ocidente existia a crença de
que todas as mulheres do Afeganistão rasgariam suas burkas, no exato momento em
que não fossem mais obrigadas a usa-lás.
Porém, a mudança está acontecendo lentamente, em parte devido á reação dos
homens ao ver mulheres descobertas em públicos, pela primeira vez em cinco anos
[...] Mas, apesar de toda a cautela, as mulheres começaram a usufruir de todas
as liberdades: andavam abertamente, sozinhas ou em pequenos grupos, com suas
burkas esvoaçantes atrás de si”.
“Amnesty International UK” afirma que mesmo
com a intervenção militar, o Talibã continua controlando algumas regiões do
país, principalmente na zona rural, e as mulheres ainda são perseguidas e
discriminadas. Em 2011, o Afeganistão foi considerado o país mais perigoso do
mundo para as mulheres, e em março de
2015, uma afegã de 27 anos, foi espancada até a morte na capital Cabul, por uma multidão sob uma falsa
acusação de queimar um Alcorão.
Apesar da autonomia, liberdade e
emancipação das mulheres do Afeganistão ainda terem um longo caminho a
percorrer, de acordo com o jornal “O Globo”, Roya Mahboob, uma garota com 25 anos está se
utilizando da internet para promover a
inclusão digital de milhares de meninas
afegãs. No ano de 2013, Roya foi eleita umas das cem pessoas mais influentes do
mundo pela revista americana “Times”.
Vale ressaltar que a Associação Revolucionaria das Mulheres
do Afeganistão (RAWA), organização clandestina e independente criada por Meena
na década de 1970, através de suas
ativista, que se utilizam de pseudônimos como forma de segurança, vem
lutando por liberdade, democracia, justiça
social. O RAWA é responsável por mobilizar mulheres para que tomem
consciência dos seus direitos e das opressões sofridas pelos afegãos.
Desta maneira, mesmo diante de um país em
que a paz ainda parece uma utopia, milhares de mulheres afegãs, assim como
Roya, estão realizando, sutilmente, um processo revolucionário. Logo, a
revolução feminina pode tarda, mas um fato é certo: ela vem!
Referências
Tanya Mayara Kruger, graduada em História pela Universidade
Federal do Espírito Santo (UFES), mestranda em História Social das Relações
Politicas pela mesma instituição. Email: tanyamkruger@gmail.com
ARMAJANI,
Jon. “Afghanistan.” In: Modern Islamist Movements : History, Religion, and
Politics. Wiley-Blackwell. Hoboken, NJ, USA2, pp. 188-217, 2011.
BEAUVOIR,
Simone. El segundo sexo. Buenos Aires: 1999,
Editorial Sudamericana.
FREITAS,
Guilherme. Revolução feminina no
Afeganistão. Jornal “O Globo”, 2013.
Disponível em: https://blogs.oglobo.globo.com/prosa/post/revolucao-feminina-no-afeganistao-497084.html.
Acesso em 03 de julho de 2019.
GOODSON,
Larry. “Afghanistan‟s Endless War: State Failure,
Regional Politics and the Rise of the Taliban”. University of Washington Press, 2001.
KHANNA, Parag. O segundo mundo: Impérios e
influência na nova ordem global. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2008.
LOGAN, Harriet. Mulheres de Cabul. Trad. Eyes on the Road.
São Paulo: Geração Editorial, 2006.
MARSDEN,
Peter. Os talibãs: Guerra e
religião no Afeganistão. Lisboa: Instituto Piaget, 2002.
SCHWADE, Tiago Ismael. O desenvolvimento do terrorismo do
islamita moderno no Afeganistão. Monografia apresentada no curso de Relações
Internacionais, do Centro Universitário (UNIVATES). Lajeado, 2014
SILVA, Ana Flavia Nunes da. A influencia da religião no
crescimento do movimento Talibã no Afeganistão ( 1989 a 1996). Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
como requisito parcial para a conclusão do Curso de Graduação em Relações
Internacionais da Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa, 2014
Olá, Tanya! A problematização proposta é pertinente, entretanto observo alguns pontos que poderiam ser olhados com mais rigor.
ResponderExcluira) Faltou explicitar, a meu ver, seus objetivos no artigo. Note-se que o texto já inicia diretamente no assunto recortado (tal como um texto jornalístico), não é errado, mas uma introdução expondo objetivos, metodologia e referencial teórico auxiliaria o leitor a compreender melhor os interesses do autor.
b) Deve-se ponderar melhor a historicidade do texto. Você utiliza como referencial teórico para abordar os aspectos históricos apenas um texto da Anistia Internacional (Amnesty International UK), o qual sinaliza que
as mulheres afegãs possuíam direitos já no início do século XX e apresenta como causas dos retrocessos políticos femininos unicamente a disseminação do governo soviético nos anos 1970 e o avanço do regime talibã nos anos 1990. Creio ser necessário um cuidado maior para não comparar os dois regimes, os quais têm aspirações e ideologias bastante distintas, ainda que sejam igualmente radicais.
Outro ponto a ser discutido é quanto à presença dos EUA no Afeganistão após o 11 de setembro de 2001. No texto os EUA são apresentados como uma espécie de "salvadores da pátria", tendo auxiliado no processo de democratização e reconstrução social do país, mas não é abordado o real interesse norte-americano no Afeganistão (e em parte do Oriente), o qual gira em torno do petróleo abundante existente no território afegão, cobiçado pelo governo estadunidense desde a Guerra Fria (um dos motivos de ter se oposto à ocupação soviética e auxiliado a financiar os talibãs contra o governo de Najibullah).
Creio que essa problematização poderia dar mais profundidade ao artigo, de modo a construir um debate ainda mais profícuo.
De qualquer modo, o texto é bom e essas são apenas algumas considerações de quem o vê com um olhar externo.
Sds.,
Fábio Alexandre da Silva
Olá,Fabio! Vamos lá... Reconheço que pela complexidade historiográfica do assunto, o texto poderia ter sido bem mais explorado. Todavia, vale lembrar que o edital estabelecia um número limite de palavras, e o meu artigo já tinha atingido o máximo exigido. Com relação às referências escolhidas, esta é a primeira vez que participo do congresso, e meu tema de pesquisa atual é a participação das mulheres na política, mas como sou fascinada pela "História das Mulheres e das Relações de Gênero", decidi me aventurar por este assunto tão rico. Obrigada pelas dicas.
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Tanya Mayara Kruger
Olá bom dia, gostaria de primeiramente te parabenizar pela sua contextualização e contribuição para os leitores nos trazendo diversos apontamentos e reflexões é de muita importância os temas diversos englobando mulheres, que sofreram diversas retaliações apenas pelo fato de ser mulher. Então partindo para outro ponto que você traz onde em nossa história os homens justificam suas ações em nome do divino, podem fazer qualquer coisa matar, torturar mas se justificar por meio da fé e religião é algo ponderado, gostaria que falasse um pouco sobre isso, e se essa justificação por meio do divino ainda ocorre na contemporaneidade dos nossos dias?
ResponderExcluirMuito obrigada pela contribuição com o seu texto, beijos Tanya.
Amanda Falcão
Olá, Amanda! Primeiramente agradeço pelos elogios. Vamos lá... A questão religiosa sempre demarcou a vida das mulheres nas mais diversas culturas. Se pensarmos na Idade Média e principalememnte na Idade Moderna, analisaremos uma verdeira "caça as bruxas" por parte da Igreja. E não precisamos ir tão longo. Atualmente, diversas pautas feministas sofrem represálias, como por exemplo a questão do aborto, por ainda estarmos inseridos em uma sociedade conservadora, machista e patriarcal. Mas como sinalizo no final do texto, acreditamos que a revolução nas estruturas socias, ainda que a passos lentos ocorrerá. E essa revolução será feita pelas mulheres.
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Tanya Mayara Kruger
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ResponderExcluirOlá Tanya! Muito pertinente o seu texto! As reflexões contribuem para pensarmos sobre o limite entre a religião e os interesses que há quando se visa o poder de determinados grupos sociais e culturais. Impõem a todo custo o dogmatismo e os princípios religiosos à todos como uma única verdade.
ResponderExcluirConsidero atual o apontamento que se refere aos direitos e às conquistas das mulheres, que são colocados em discussão nos momentos de conflitos políticos e religiosos. O Brasil está nesse contexto comparativo na atualidade,se considerarmos que os discursos ideológicos de grupos distintos no campo político e social, questionam os direitos femininos.
Obrigada.
Alini Garbelini.
Boa noite Tanya, gostei muito de seu artigo, informativo e do tamanho certo, mostrando o declinio dos direitos femininos no Afeganistão, como isso ocorreu e como as mulheres estão reagindo. a imprensa mostra o martirio das Afegãns mas não explica como ocorreu. O que acho mais chocante é que temos a impressão que as burcas das Afegãns são antigas, mas na verdade estão em uso desde 1996 e daqui não ficamos sabendo da revolução silenciosa que essas mulheres tem feito. As mulheres que estão lendo esse artigo já eram nascidas quando a burca virou uma lei parabéns a todos que falam sobre esse assunto tão lastimável.
ResponderExcluirOlá, Claudia! Sim, é lastimável! Mas como dizia Beauvoir em tempos de crise as mulheres são as primeiras a perderem seus direitos. E isso ocorre nas mais diversas culturas ao redor do globo. Muito obrigada pelos elogios.
ExcluirAtt,
Tanya Mayara Kruger
Olá Tanya, parabéns pelo ótimo e elucidativo texto. Artigo bastante pertinente para enfim entendermos a situação humilhante pela qual as mulheres afegãs passaram e ainda passam com interpretações radicais e distorcidas e descontextualizadas de um livro sagrado. Como lição fica que não podemos jamais parar de lutar por direitos civis, igualdade e justiça para todos, pois quando pensamos que já alcançamos algo e imaginamos que não o perderemos mais, é aí que mora o perigo, pois um golpe de estado ou mesmo a eleição de uma figura autoritária, como está acontecendo atualmente no Brasil, podem colocar dezenas de anos de luta a perder e retrocessos acontecerem. Daí vem minha pergunta: você acredita que o Ocidente corre perigo de assistir retrocessos sociais nos próximos anos devido a eleição de figuras conservadoras, autoritárias, negacionistas e retrógradas através do sistema democrático?
ResponderExcluirOlá,Bom dia! Vamos lá...sim, acredito que um governo com agendas pautadas no conservadorismo tendem a retroceder,principalmente nos diretos das mulheres. Um exemplo disso,é a questão da Lei de Cotas por Sexo no Brasil, que prevê uma cota mínima de 30% para as mulheres dentro dos partidos políticos brasileiros e que no começo deste ano parlamentares estavam querendo retroceder com essa ação afirmativa em prol da representatividade feminina na política. Como já dizia Beauvoir, em tempos de crise as mulheres são as primeiras a perderem seus direitos...Obrigada pelos elogios!
ExcluirOlá Tanya, parabéns pelo ótimo e elucidativo texto. Artigo bastante pertinente para enfim entendermos a situação humilhante pela qual as mulheres afegãs passaram e ainda passam com interpretações radicais e distorcidas e descontextualizadas de um livro sagrado. Como lição fica que não podemos jamais parar de lutar por direitos civis, igualdade e justiça para todos, pois quando pensamos que já alcançamos algo e imaginamos que não o perderemos mais, é aí que mora o perigo, pois um golpe de estado ou mesmo a eleição de uma figura autoritária, como está acontecendo atualmente no Brasil, podem colocar dezenas de anos de luta a perder e retrocessos acontecerem. Daí vem minha pergunta: você acredita que o Ocidente corre perigo de assistir retrocessos sociais nos próximos anos devido a eleição de figuras conservadoras, autoritárias, negacionistas e retrógradas através do sistema democrático?
ResponderExcluirOscar Martins Ribeiro dos Santos