Kamila Czepula

CRISES INTERNAS E O INÍCIO DA EMIGRAÇÃO CHINESA NO SÉCULO 19
Kamila Czepula


Durante todo o século XIX a dinastia Qing de origem manchu teve que enfrentar os mais diversos percalços, o período de paz prolongada no qual não houve nenhuma epidemia de grande devastação que corresponde aos reinados de Kangxi, Yongzheng e Qianlong, possibilitaram um crescimento populacional alto. Em 1700 estimava que o Império chinês continha ao todo 150 milhões de habitantes, esse número foi para 313 milhões no ano de 1794, e em 1850 passou para um total de 450 milhões. Segundo Roberts por conta desse volumoso crescimento populacional “não havia terras novas disponíveis para o cultivo e a produção por hectare atingira o nível máximo possível com a tecnologia existente” (2011, p. 182) assim, a quantidade de alimentos disponíveis começou a decair, e logo, o preço dos mesmos, principalmente o do arroz ficou cada vez mais elevado, além, de não suprir a demanda. A situação complicou ainda mais quando os camponeses começaram a migrar para os grandes centros na tentativa de fugir da falta de terras, da escassez de alimentos, e dos abusivos impostos aplicados pelos funcionários do governo, porém, a realidade urbana encontrada não era muito diferente daquela que fora deixada no campo, e o grande número de pessoas a procura de um meio de subsistência ocasionou uma queda drástica no custo de trabalho.

As frequentes calamidades naturais, principalmente as cheias e secas adicionaram uma dose a mais de miséria nesse cenário. Foram muitas as províncias atingidas, e milhões de pessoas foram afetadas, tais catástrofes fizeram com que uma nova leva de migração se formasse e partisse em direção ao sul, uma minoria que tentou permanecer nas terras atingidas não resistiu e uma quantidade considerável de chineses morreu por falta de suprimentos básicos (YEN, 2013, p. 74). Os indícios de que a estrutura Qing começava a falhar e ir em desencontro com as necessidades populares podem ser observados como detecta Spence, ainda no final do século XVIII, pois

“os celeiros de emergência estavam amiúde vazios, partes do Grande Canal ficavam atravancadas por resíduos, tropas regulares de estandartes comportavam-se com incompetência ou brutalidade, esforços para deter projetos ecologicamente perigosos de ocupação de terras eram abandonados, a burocracia estava infestava de facciosismos e a corrupção era profunda. Também é possível que a demora dos Qing em criar novos governos locais em áreas de assentamento recente ou de povoamento densos exercesse pressões insuportáveis sobre os funcionários da burocracia. Além disso, a forte demanda por empregos significava também que aqueles que finalmente obtinham um cargo procuravam uma rápida compensação por toda a sua espera e ansiedade, pressionando os camponeses em suas jurisdições para que pagassem seus impostos com rapidez e cobrando taxas suplementares. [...] Não há duvida de que esse padrão de corrupção ficou pior após 1775, quando um jovem oficial manchu da guarda chamado Heshen reforçou a sua posição como favorito da corte do idoso imperador, embora não fosse ele o responsável por tudo que estava dando errado (SPENCE, 1995, p. 126).”

O descontentamento social diante dessa postura de corrupção do governo se expressou por meio de pequenos levantamentos populares ainda na década de 1780 e foram ficando mais frequentes com o passar dos anos, tanto, que o início do século XIX foi marcado pela eclosão da rebelião popular dos Lótus Brancos (1796-1804) que manifestavam justamente contra a falta de terras cultiváveis e a grande corrupção governamental. A revolta foi suprimida, porém, outras ainda surgiriam no decorrer do século. A essa imensidão de problemas internos enfrentados pela dinastia Qing somavam-se ainda as constantes pressões realizadas por parte das principais potências imperialistas da época. Era o caso da Grã-Bretanha, que como denota Roberts (2011, p.191-195) preocupada em assegurar e expandir seu negócio de chá e seda insistia incessantemente em negociar um Tratado Comercial com o Império Celeste, no mesmo, solicitava a abertura de outros portos, pois desde 1760 quando o comércio marítimo externo da China foi limitado a Guangzhou e a negociação das mercadorias foi restrita para um número reduzido de indivíduos conhecidos no Ocidente como Cohong, que os britânicos, assim como os demais estrangeiros tinham que seguir oito regulamentos internos comerciais, e não poderiam permanecer em Guangzhou depois que o período comercial (março a outubro) tivesse seu término. Para os britânicos tais privações delimitava suas atividades comerciais, desse modo, em 1792, quando a Grã-Bretanha enviou uma embaixada à China liderada pelo Lorde Macartney em mais uma tentativa de concretizar esse Tratado, requereu além da abertura de outros portos o estabelecimento de uma base mais próxima das zonas de produção de chá e seda para que os mercadores britânicos pudessem permanecer por um tempo indeterminado.

Lorde Macartney também foi incumbido de tentar negociar alguns produtos britânicos com o Imperador, pois um dos principais almejos da Grã-Bretanha era reverter ou pelo menos equilibrar a balança comercial, já que desde 1760 as exportações de chá, dentre outros artigos superavam em muito o das importações por produtos britânicos, e esse déficit era pago por meio da prata. Deixar uma quantidade tão grande desse metal precioso em território chinês não era algo que agradava os britânicos. Contudo, a resposta do Imperador Qianlong a respeito dessas solicitações não foram positivas como esperava Lorde Macartney, conforme descreve o sinólogo Spence, além de Qianlong não ceder em nenhum momento, ainda deixou claro de que a “China não pretendia aumentar o seu comércio com o exterior porque não precisava de nada de outros países” por isso, “jamais valorizamos artigos engenhosos, e nem temos a menor necessidade das manufaturas de seu país” (1995, p. 134).

Após esse episódio, e já sob o comando do Imperador Jiaqing (que governou de 1799 a 1820) a China denotou de certa tranquilidade quanto às pressões por parte da Grã-Bretanha, mas essa calmaria não era por conta do não emitido pelo então Imperador Qianlong, e sim, por causa das Guerras Napoleônicas que deixaram os britânicos, assim como os franceses com poucos recursos para aplicar em uma política expansionista na Ásia. Outro fator que colaborou foi que os ingleses conseguiram equilibrar o déficit comercial com a China, que tanto lhes preocupava, depois que começou a exportar algodão da Índia para o território chinês e a “par do comércio legal ocorria um pequeno mas lucrativo tráfico de ópio, cultivado no território da Companhia em Bengala e contrabandeada para a China” (ROBERTS, 2011, p. 193).

Todavia, com o fim das Guerras Napoleônicas, e com a consolidação da Grã-Bretanha como a principal força naval do mundo, a Companhia das Índias Orientais inglesas decidiu em enviar uma nova missão à China, que assim como a realizada por Lorde Macartney solicitava um aumento nos privilégios comerciais, que se resumiam na abertura de mais portos, e o estabelecimento de uma residência diplomática na China. Entretanto, Lorde Amhers, que era o responsável por essa missão voltou para a Grã-Bretanha com a notícia de que as solicitações foram mais uma vez abruptamente negadas pela Dinastia Qing. Diante dessa recusa, a Grã-Bretanha intensificou o comércio ilegal de ópio na China, tanto, que “nos anos 1820, o valor da droga importada atingiu um nível tal que a balança comercial pendeu a favor da Grã-Bretanha, fazendo com que o déficit tivesse de ser coberto com prata” por parte da China (ROBERTS, 2011, p. 191).

Os impactos do tráfico de ópio na sociedade chinesa foram gradativamente aumentando, chegando ao ponto de em 1836 o Imperador Daoguang (que governou de 1821 a 1850) convocar seus mais altos funcionários para discutir medidas que pudessem trazer soluções plausíveis para esse problema. Um grupo de conselheiros propôs que o ópio fosse legalizado e taxado, assim como, se incentivasse a plantação em larga escala no país do cultivo da seiva papoula, a qual dava origem ao ópio, ao produzir um ópio nacional o mesmo teria um custo menor e poderia ser vendido no mercado interno por um valor muito abaixo do que o narcótico exportado da Índia pelos britânicos. Tais sugestões foram recebidas pelo outro grupo de eruditos conhecidos como o círculo da Purificação da Primavera com certa fúria (ROBERTS, 2011, p. 194), na visão deles era algo que iria em desencontro com a ética e a moral pregadas desde tempos remotos no Celeste Império, e agindo por meio desses recursos estariam sendo tão cruéis e gananciosos quanto os estrangeiros que disseminaram esse vício (SPENCE, 1995, p. 161), pois equilibrar a balança comercial e deixar a população ser corrompida pelo vício não parecia ser a solução mais adequada para obter o fortalecimento e a prosperidade de um Império. Dessa forma, entendiam que o único recurso possível era proibir com o máximo de rigor o tráfico de ópio.

Daoguang, após ponderar sobre ambos os argumentos decidiu por combater o tráfico de ópio e rejeitar qualquer possibilidade de legalização do narcótico em território chinês. Alguns éditos promulgados ainda sob o comando do Imperador Jiaqing já haviam banido por completo o consumo de ópio e sancionado várias medidas de punição aos fumantes chineses; no entanto, as autoridades Qing não teriam levado essas medidas à diante, e nem capturado os traficantes estrangeiros desse comércio tão lucrativo, os quais, apesar de não se atreverem naquele momento a fazer esse comércio com os mercadores do porto de Guangzhou, continuavam com grandes balsas fortificadas ancoradas em pontos estratégicos da costa chinesa abarrotadas de ópio. Depois, em “botes rápidos [...] os traficantes chineses conseguiam evitar todas as tentativas de interceptação por parte das escassas forças navais Qing [...] e distribuíam o ópio pela rede de rotas comerciais locais, por estradas, rios e trilhas” (SPENCE, 1995, p. 142). Tentando não cometer esse mesmo erro que Lin Zexu (que fora encarregado pelo Imperador Daoguang em suprimir a rede de tráfico de ópio), ao chegar a Guangzhou não se deteve em fazer uma campanha somente contra os consumidores, mas investigou e mandou prender 60 notórios traficantes da região, e depois desse ato voltou

“[...] a sua atenção para os fornecedores estrangeiros, escrevendo uma carta à rainha Vitória (que nunca chegaria a ser entregue) na qual afirmava que, uma vez que o ópio era proibido na Grã-Bretanha, ela deveria usar a sua influência para evitar a sua produção nos territórios sob seu controle. A 18 de março de 1839, Lin ordenou aos mercadores Cohong, que a seus olhos não eram mais do que contrabandistas ricos, que exigissem aos mercadores estrangeiros a entrega do ópio que possuíam no prazo de três dias e que assinassem uma declaração afirmando que cessariam o tráfico sob pena de morte. O comércio com o exterior seria entretanto suspenso e os mercadores estrangeiros mantidos em prisão domiciliária numa zona comercial nos arredores de Cantão (Guangzhou) conhecida como as Treze Fábricas. Lin também tentou prender Lancelot Dent, cuja firma Dent & Co., estava profundamente envolvida no contrabando de ópio. Charles Elliot, o novo superintendente do comércio com a China, aconselhou os mercadores britânicos a entregarem o seu ópio e assinarem a declaração. Elliot enviou uma notificação urgente a Palmerston informando-o de que a comunidade estrangeira estava a ser coagida e que garantira aos mercadores que seriam compensados pela perda dos seus stokes de ópio” (ROBERTS, 2011, p 194, 195).

Foram destruídas aproximadamente 1400 toneladas de ópio bruto (SPENCE, 1995, p. 163), e Lin continuou com a sua missão de desmantelar as redes do tráfico, porém, os negócios em Guangzhou não ficaram parados “já que os americanos, sobretudo, ficaram felicíssimos por poder servir de intermediários aos ingleses” (SPENCE, 1995, p. 165). Enquanto isso, na Grã-Bretanha o Ministro dos negócios e estrangeiros Palmerston soube da prisão dos comerciantes por meio da carta de Elliot, e posteriormente ao ser instigado por um dos maiores traficantes de ópio Wiilliam Jardinei e por outros mercadores, conseguiu a autorização do Parlamento para enviar uma força expedicionária até a China. O resultado foi à primeira Guerra do Ópio que se arrastou por três anos (1839-1842), a mesma denotou de dois episódios centrais, o primeiro ocorreu quando a primeira força expedicionária comandada por Charles Elliot e seu primo Georg Elliot, conseguiu um bloqueio a Guangzhou e ao progredir para o Norte acabou capturando a ilha de Zhoushan e ao ameaçar tomar as cidades de Tianjin e Beijing, o Imperador destitui Lin Zexu e ordenou que Qishan (governador da província de Zhili) tentasse uma negociação com Elliot, a qual foi concretizada em janeiro de 1841 com a convenção de Chuanbi, nela a China concordava em aceitar as exigências britânicas e ainda cedia a ilha de Hong Kong. Contudo, o acordo “seria rejeitado por ambas as partes, porque as cedências eram poucas, ou demasiadas. Qishan caiu em desgraça e Elliot foi substituído por Sir Henry Ponttinger” (ROBERTS, 2011, p. 195).

O segundo episódio aconteceu quando Ponttinger dominou os territórios de Xiamen, Zhoushan e Ningbo, e ao receber reforços em maio de 1842 invadiu Zhapu, e Shanghai. Somente quando Ponttinger começou a subir o Yangzi com sua tropa, que o Imperador autorizou o início das negociações que deram origem ao Tratado de Nanquim que foi assinado a 29 de agosto de 1842. Com a afirmação do Tratado a China consentiu a abertura de cinco portos – Guangzhou, Xiamen, Fuzhou, Ningbo e Shanghai para o comércio, e permitiria a residência de qualquer britânico sem restrições, ainda cederia Hong Kong a Grã-Bretanha, extinguiria o monopólio dos Cohong em Cantão e estabeleceria uma tarifa fixa. Obviamente que a China ainda teria que restituir com um valor de 21 milhões a Grã-Bretanha, por conta dos custos da guerra e o valor perdido com os ópios apreendidos.

A concessão dessas medidas foram devastadoras para o gigante asiático, se antes já detinha de sérios problemas que permaneciam como a – super população, falta de terras, escassez de alimentos, migração desorganizada, tragédias naturais, corrupção no governo, rebeliões, falta de emprego - a soma destes com os que eclodiram depois - um novo crescimento no consumo de ópio, de 33 mil caixas importadas em 1842, para 52 mil em 1850 (GALINDO, 2006, p. 18) que virou em uma epidemia sem controle; novos tratados que viriam a ser chamados de ‘tratados desiguais’ (ROBERTS, 2011, p. 196) impostos a China pela França, Estados Unidos e Rússia; novas divergências com relação às atitudes praticadas pela Grã-Bretanha que suscitou na segunda Guerra do Ópio (1856- 1860) e ao não conseguir vencer as forças britânicas e francesas, foi submetida a assinar um novo Tratado denominado Tianjin, que exigia que uma nova indenização fosse paga e a abertura de mais dez portos fosse realizada para prática do comércio, legalizava o uso do ópio e a sua comercialização; diante desses fatos a penúria foi algo constante na sociedade chinesa no século XIX. Em resumo, como aponta Spence

"essa nova presença estrangeira na China coincidiu com – e provavelmente contribuiu para – novas ondas de turbulências interna. Os levantes contra os Qing haviam aumentado com frequência no final do século XVIII. A ampliação dos deslocamentos sociais no século XIX trouxe uma intranquilidade social ainda maior, até que, em meados do século, quatro importantes rebeliões irromperam, das quais pelo menos duas – a de Taiping e a de Nian - tiveram potencial para derrubar a dinastia. A de Taiping baseou-se em princípios cristãos fundamentalistas e igualitários que atentavam diretamente contra o núcleo dos valores confucionistas e imperiais; a de Nian introduziu novos padrões de guerra de guerrilha que ameaçaram o prestígio das instituições militares básicas do Estado. As outras duas rebeliões, ambas lideradas por muçulmanos, estouraram nos extremos Sudoeste e Noroeste da China e desafiaram o controle dos Qing sobre os povos não chineses em suas regiões mais inacessíveis. Somente uma série extraordinária de campanhas militares, comandadas por mandarins de formação confuciana que punham a lealdade aos valores chineses tradicionais acima de tudo e estavam determinados a perpetuar os sistemas educacional, social e familiar predominantes, permitiu que a dinastia Qing sobrevivesse" (SPENCE, 1995, p. 151, 152.)

Todos esses fatores internos e externos em conjunto criaram as mais perfeitas condições para a efetivação dessa densa emigração chinesa que ocorreu no século XIX, a qual era denominada pelos estrangeiros como o comércio de coolies. A abolição da escravatura negra estava acontecendo gradativamente a partir de meados do século XIX, por conta, das medidas e pressões realizadas por parte da Grã-Bretanha, o que despertou a necessidade de encontrar uma nova fonte de mão de obra barata para trabalhar nas colônias européias; os britânicos viram nos chineses os substitutos ideais, desde então, um rentável, mas obscuro comércio em grande escala começou a operar nas regiões costeiras do Celeste Império (YEN, 2013).

Referências
Kamila Czepula é doutoranda da UFRRJ; bolsista CAPES; pesquisadora júnior do Instituto Cultural de Macau & Real Gabinete Português da Leitura.


GALINDO, J. Hijo de um país poderoso. La inmigración china a América (1850-1950). México: UNAM, 2006.

ROBERTS, J. A. G. História da China. Lisboa: Texto & Grafia, 2011.

SPENCE, Jonathan D. Em busca da China moderna: quatro séculos de história. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

YEN. Ching-hwang. Chinese coolie emigration, 1845 – 74. In: CHEE-BENG, Tan (org). Routledge Handbook of the Chinese Diaspora. Routledege, New York: 2013.

4 comentários:

  1. Oi Kamila
    Henry Kissinger disse no livro Sobre a China que ela tinha a maior economia do mundo até o século XIX. Como ficava isso em relação ao contexto de crise que você fala?
    Adailton Nunes Ferreira

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  2. Olá, Adailton!

    Henry Kissinger está certíssimo até o início do século 19 a China detinha uma das maiores economias do mundo, pois suas mercadorias tinham demanda e valor no mercado. Contudo, por conta dessa série de acontecimentos que eu descrevo no texto acima o jogo muda, e a China se vê durante quase todo o século 19 em uma situação frágil, sem muitas possibilidades de reação, principalmente depois das guerras do ópio.
    Grata pela pergunta!

    Saudações,
    Kamila Czepula

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  3. A China era uma civilização imóvel, raudel afirmou. Sua tecnologia era medieval.Como ela conseguiu ser uma grande economia?
    Irulan Marques

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  4. Olá,Irulan!

    Essa ideia difundida por Braudel e tantos outros pesquisadores de que a China era imóvel, medieval, e atrasada... já está ultrapassada dentro da historiografia, bem como entre as ciências sociais como um todo. Para você entender um pouco mais sobre esse aspecto de que a China não precisou se tornar, simplesmente porque até o século 19 ela reinava entre as nações mais poderosas, e de como esse poderio do Oriente era predominante, sugiro que você leia um livro muito bacana do Jack Goody, O roubo da História: como os europeus se apropriaram das ideias e invenções do Oriente. Goody chega a citar Braudel nesse livro, e apresenta de uma forma bem didática - argumentações que demonstram como o estudo desse autor, Fernand Braudel, tem explicações “falhas”, pelo menos, a respeito do quesito que você levantou na pergunta.
    Grata pela sua participação!

    Saudações,
    Kamila Czepula

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